ETNOTURISMO: Modalidade em Expansão no Estado de Mato Grosso

O turismo é um setor que depende da história, cultura e tradição de cada povo para poder se desenvolver. Um dos segmentos do turismo que mais cresce atualmente é o etnoturismo.

Segundo o Ministério do Turismo (BRASIL, 2006), o etnoturismo (ou ecoturismo) é o segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações.

Na África, esse tipo de passeio está ligado às aldeias tribais, enquanto no Brasil a atividade está diretamente ligada aos povos indígenas tradicionais.

 O turismo sustentável no País é uma bandeira que vem sendo hasteada por lideranças indígenas e instituições públicas, através de parcerias, tendo obtido resultados positivos junto ao segmento do turismo, o que tem feito aumentar a procura de agências do ramo.

Hoje em dia, o termo etnoturismo tem sido usual nas mídias. Significa uma denominação para o segmento do turismo que trata a etnicidade como um produto turístico, gerando renda para a comunidade envolvida.

Projetos de visitação em terras indígenas estão sendo criados em todo o País, há, pelo menos, dez anos. Parcerias entre prefeitura, povos e associações indígenas são firmados, com o compromisso de ocasionar o menor dano possível na região.

 As agências se preocupam em montar roteiros de variados níveis, variando também, o valor do pacote. Normalmente, as visitas são controladas. O tempo de permanência dura entre três horas até um dia com pernoite.

 Atividades como conhecer os hábitos do dia a dia, participar de danças, rituais, subida em açaizeiro, banhar-se em exuberantes cachoeiras, praticar arremesso de arco e flecha e ainda degustar o peixe assado na folha é o que espera os visitantes que procuram essa nova modalidade de turismo, que em sintonia com o lazer, proporciona um conhecimento sobre nossa gente, brasileiros que se diferenciam por suas particularidades.

A partir desse fenômeno turístico, o cidadão passa a ter mais respeito às tradições da cultura envolvida, preservando-a não como atrativo, mas como herança cultural que deve ser mantida para as gerações futuras.

Na senda da busca de alternativas sustentáveis para geração de renda, indígenas têm encontrado, neste fenômeno turístico, uma fonte de renda para as aldeias. Além de criar uma forma de subsistência, o turismo étnico promove a valorização cultural, inclusão social e conservação ambiental nas áreas indígenas, proporcionando mais um motivo para que os mesmos mantenham a floresta em pé. As aldeias que desenvolvem esse projeto investem na infraestrutura da comunidade, na saúde, alimentação e educação, provendo assim, qualidade de vida para os indígenas

Considerando o ambiente desconhecido, as orientações preliminares aos visitantes é que sigam à risca as instruções dos guias, inclusive quanto ao uso de equipamentos eletrônicos, particularmente, máquina fotográfica.

As iniciativas de etnoturismo em terras indígenas são disciplinadas pela Instrução Normativa nº 3 da Fundação Nacional do Índio (FUNAI). A FUNAI explica que a regulamentação do etnoturismo é importante para que cultura e costumes sejam preservados. A falta de fiscalização e controles adequados tornam os povos vulneráveis. De acordo com a fundação, as comunidades indígenas têm autonomia para explorar projetos de turismo em seus territórios, cabendo ao poder público o papel de monitorar e fiscalizar as atividades nas aldeias. As visitações são agendadas com os próprios representantes das comunidades ou agências de turismo autorizadas por eles.

Ressalta-se que tais ações estão em consonância com o entendimento do governo de Jair Bolsonaro, que defende o uso dos recursos das terras indígenas em prol dos mesmos. Havendo oportunidades, evita a saída de seus jovens à procura de emprego nos grandes centros.

O governo tem apoiado tais iniciativas, contudo, ressalta a preocupação em não impactar diretamente na vida dos povos visitados, para tanto, as ações devem ser cuidadosamente planejadas, evitando interferência na identidade cultural do povo contatado. Ao mesmo tempo, na órbita da prestação de serviço, deve haver igual precaução para a segurança orgânica dos visitantes.

A Secretaria Adjunta de Turismo (Seadtur) do Mato Grosso tem sido uma importante parceira neste setor, através de incentivo financeiro, priorizando a tríade da geração de emprego, renda e inclusão social.

O povo Pareci, além de destaque no agronegócio, vem investindo na abertura de suas belezas naturais para o público externo, a exemplo das aldeias Utiariti, Wazare, Quatro Cachoeiras, Sacre e Salto da Mulher.

Os povos indígenas da Ilha do Bananal e do Xingu vêm ganhando atenção especial da FUNAI e da Agência de Desenvolvimento do Turismo, Cultura e Economia Criativa (Adetuc), que buscam o desenvolvimento de um plano de visitação para toda a região. O fomento do etnoturístico, além de prover geração de renda, atrai investidores, políticas públicas, e com efeito, progresso local. Decerto, como protagonistas, indígenas vêm ensinando à sociedade formas alternativas de trabalho sustentável para geração de renda.

2 comentários sobre “ETNOTURISMO: Modalidade em Expansão no Estado de Mato Grosso”

Deixe uma resposta para Jerdesson Cancelar resposta

*

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.